quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rede Nacional de Intercessão - dezembro de 2010

Publicado no dia 08/12/2010 | 14:44:39


“Unidos pela sua Palavra reconstruiremos as muralhas...”
“Proclama a Palavra anuncia a boa notícia!
 Encerrando o ano civil de 2010 e iniciando o ano litúrgico, vamos enfocar no Projeto Amigos de Deus, para este tempo especial que é o advento, as práticas espirituais do projeto principalmente o jejum, a oração pessoal, a leitura orante da Palavra de Deus e a oração dos mistérios gozosos, usando como subsídio os temas de cada semana que a liturgia deste tempo nos propõe: o nascimento de Jesus Cristo, o messias, salvador, verbo encarnado e a alegre expectativa de sua segunda vinda na glória (cf. Ap 22,17).
Nos preparando espiritualmente para a Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo meditemos, primeiramente, na vigilância alegre da primeira semana. Encontramos no nascimento do menino Jesus a manifestação e o cumprimento da promessa de Deus: “Todas as promessas de Deus encontraram nele o seu sim” (2 Cor 1,20).
Na segunda semana, vivemos a grande esperança: o Pai que entrega ao mundo Jesus, seu Filho único, restituindo a esperança ao mundo. Sem Cristo o homem fica vazio e sem esperança (cf. Ef 2,12). São Paulo afirma a Timóteo: “ele é a nossa esperança” (I Tim 1,1).
Na terceira semana, o apelo é a conversão. Não existe possibilidade de alegria e esperança se não estivermos voltando nosso coração e a nossa mente inteiramente para o Senhor. Aguardando sua segunda vinda, somos chamados a ser o “João Batista” do novo milênio preparando o caminho do Senhor (cf. Is 40,3).
Por fim, a preparação vai ter seu enfoque na pobreza. Não tanto no sentido econômico, mas a pobreza no sentido bíblico: confiar em Deus e apoiar-se totalmente nele. As bem-aventuranças iniciam-se justamente com a proclamação de que o Reino de Deus é dos que têm um coração de pobre (cf. Mt 5,3). Belém e Nazaré expressam essa simplicidade, de um Deus que se fez homem. Habitando entre nós, ele mostrou o itinerário de humildade e simplicidade que todos devem seguir para entrar no seu Reino.
Detalhes do Projeto Amigos de Deus, baixe pelo site da RCC: www.rccbrasil.org.br – Amigos de Deus para baixar!
Oração e Participação Encontro Nacional de Formação (ENF 2011) que acontecerá de 26 a 30 de Janeiro de Lorena (SP).





Intenções Permanentes
 - Pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, pelos bispos, sacerdotes, diáconos e religiosos (as), pelos seminaristas, para que neste período de formação sintam seu chamado confirmado;
 - Pelo Presidente da Renovação Carismática Católica, Marcos Volcan. Pela unidade da RCC em todo Brasil, estados, Grupos de Oração, equipes de serviço e núcleos e com as diversas expressões carismáticas;
 - Pelo Serviço Internacional da RCC (ICCRS) prestado por seus membros e pelo Conselho Latino-Americano (CONCCLAT), para que o Espírito Santo dirija os projetos e orientações do nosso movimento;
 - Pelo Programas de TV da RCC: Na Canção Nova – Celebrando Pentecostes e Renovação em Ação na TV Século 21. Pelo Portal da RCC na Internet;
 - Pelos Projetos de evangelização, entre eles: Celebrando Pentecostes e  Missão Marajó. Veículos de Comunicação. Por todos os colaboradores do projeto  Eu amo a RCC e Semeando a Cultura de Pentecostes;
 - Pela construção de nossa Sede Nacional;
 - Pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que objetivem os valores cristãos e respeito à vida desde sua concepção, nas tomadas de decisão.
Vicente Gomes de Souza Neto
Coordenador Nacional do Ministério de Intercessão na RCC
vicente@rccbrasil.org.br

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Moções Proféticas - RCC BRASIL

Aperfeiçoando o dom da escuta da vontade de Deus

“Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas sob a ação do Espírito. Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo.” (I Cor 14, 2.4)
“Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos segundo Deus.” (Rom 8,26-27)

Maria Beatriz Spier Vargas, secretária-geral do Conselho Nacional da RCC, enviou-nos uma partilha sobre a experiência da novena de oração em línguas. Veja a seguir como lhe veio esta inspiração e a forma de fazer a novena: “Um dia, preparando uma pregação sobre oração em línguas, senti a moção de fazer uma novena de oração em línguas. Sinto alegria em partilhar com vocês essa novena, porque tenho experimentado muitos benefícios na minha vida pessoal e na minha missão através dela. Também as pessoas a quem a ensinei, dão testemunho de muitas graças", conta.
Tenho observado, principalmente, dois frutos ao fazer a novena. O primeiro, mas não necessariamente o mais importante, é o do exercício do próprio dom. À medida que nos abrimos ao dom das línguas, o próprio Espírito vai renovando o dom em nós e passamos a orar em línguas com uma unção nova. O segundo benefício, ou fruto, dessa novena é que ela desenvolve de maneira especial o dom da escuta da vontade de Deus. Se você tem uma decisão importante a tomar, um discernimento a fazer, eu aconselho a novena. Deus se revela, Ele fala de maneira muito específica, com instruções muito claras, orientando o nosso discernimento.”

COMO FAZER A NOVENA

Inicie agradeçendo a Deus por esse dom maravilhoso.

Depois tome consciência de que quando você ora em línguas é o próprio Espírito Santo que intercede ao Pai, em nome de Jesus, por você, por essa situação que você está apresentando.
O Espírito Santo, que perscruta os corações, sabe o que está no seu coração, mas conhece também o desejo do coração do Pai, e o desejo do coração do Pai é que o nome de Jesus seja glorificado.
Então, enquanto o Espírito Santo usa suas cordas vocais, seu aparelho fonador, sua voz, seus lábios para interceder por você ou por essa situação, seja o que for que precisa acontecer para que o nome de Jesus seja glorificado, para que Jesus tenha a vitória sobre a vida apresentada na oração, é isso mesmo o que o Espírito Santo estará pedindo ao Pai. Ao orar em línguas mantenha isso no seu pensamento.

A seguir, você começa a orar: no primeiro dia cinco minutos, no segundo dia dez minutos, no terceiro quinze minutos, e assim por diante, cada dia aumentando a oração em cinco minutos, até chegar ao nono dia, quando você vai orar em línguas por quarenta e cinco minutos.

É importante manter um caderno ou papel e lápis ou caneta junto de você enquanto ora. Quando você sentir uma moção do Espírito comece a escrever. Depois, ao reler o que você escreveu você ficará espantado de ver que você não teria pensado nessa solução para o problema, ou pensado em conduzir as coisa desta forma. Ao reler o que você escreveu você verá que foi o próprio Espírito Santo se revelando a você.
Convido você a fazer esta linda experiência da escuta de Deus e que ela produza na sua vida os maravilhosos frutos que tem produzido na minha.
Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=97

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MOÇÕES PROFÉTICA / RCC NACIONAL

PUBLICADO NO DIA 14/10/2010 | 17:14:18


Moções proféticas para o tempo de hoje

Não temas, respondeu Eliseu; os que estão conosco são mais numerosos do que os que estão com eles. Orou Eliseu e disse: ”Senhor, abri-lhe os olhos, para que veja.” O Senhor abriu os olhos do servo, e este viu o monte cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu.” II Reis 6, 16-17
Na primeira parte das moções proféticas para os tempos que estamos vivendo, foi ressaltada a promessa de revogação de sentenças, de portas abertas. No entanto, a profecia se desdobra, e o Senhor nos pede também a disposição de atacar as brechas e reconstruir os muros, fazendo-nos a promessa de nos dar a sua proteção.
Partilho uma palavra dada ao Conselho Nacional e, portanto, a todos nós: “Quero renovar a cada dia a graça do meu Espírito, quero vos purificar e vos convido a entregardes a mim os espinhos na carne. Eu vos quero livres dos pecados que vos tem atormentado. A decisão firme que quero de vós é a da mudança de vida, de conversão. Eu vos peço compromisso com a verdade. Ide ao fundo e arrancai de vossos corações todo o mal. Não tereis autoridade se não vos converterdes até nas pequenas coisas.”
A cada dia o Espírito Santo nos ajudando. Nós podemos, então, olhar para todas as áreas da nossa vida com os olhos do Espírito da Verdade, para ter a coragem de enfrentar os problemas, na verdade, sem ilusão, sem medo, e dar passos concretos para mudar. O Senhor tem repetido muitas vezes: ”Coragem, não tenham medo.” Durante a reunião do Conselho Nacional que precedeu o Encontro Nacional de Formação, mais precisamente na noite de 26 de janeiro, reunimo-nos diante do Santíssimo para fazer a consagração de todo o projeto de construção da nossa Sede Nacional bem como a da reconstrução de nossas vidas e missão. O Senhor falou em profecia: “Coragem, não tenham medo. Erguerei muralhas de fogo em torno de vocês para proteger o que precisa ser construído, e também reconstruirei as muralhas na vida de cada um, as que desabaram. Quero vigias que zelem com fidelidade os projetos que estão no meu coração”. A confirmação veio em II Reis 6, 8-17, onde Deus dá ao profeta Elias e a seu servo a capacidade de ver carros e cavaleiros de fogo ao redor da cidade para protegê- los, um exército celestial muito maior do que o exército que o rei da Síria havia enviado para combatê-los.
Porém Deus só dá essa capacidade de ver, ao homem de Deus, Eliseu era um homem de Deus. Se formos homens e mulheres de Deus, se voltarmos às nossas práticas espirituais: leitura diária da palavra, Eucaristia, oração do terço, jejum, vida de oração, então Deus nos dará coragem para enfrentarmos os problemas na nossa vida e a cada dia nos dará uma nova unção e Ele mesmo vai reconstruir conosco.
Deus quer fazer essa obra em nós, o nosso “sim” para Ele começar a agir é a conversão, é mudar do desânimo para a esperança, do medo para a coragem, da acomodação para o enfrentamento das coisas que estão erradas na nossa vida, da ilusão e da mentira para a verdade. Este é o sinal para Deus começar a agir.
Mãos à obra! “Os que estão conosco são mais numerosos do que os que estão com eles.”

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

FORMAÇÃO/ RCC BRASIL

O sonho de Deus

“Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra.’ Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. (...) Deus contemplou toda a sua obra e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.” (Gn 1, 26-27.31)
O primeiro homem não só foi criado bom, mas também foi constituído em uma amizade com o seu Criador e em uma tal harmonia consigo mesmo e com toda a criação que o rodeava, que só serão superadas pela glória da nova criação em Cristo.
Interpretando de maneira autêntica o simbolismo da linguagem bíblica à luz do Novo Testamento e da Tradição, a Igreja ensina que os nossos primeiros pais Adão e Eva foram constituídos em um estado de “santidade e de justiça original”. Esta graça diante da santidade original era uma “participação da vida divina”.
Pela irradiação desta graça, todas as dimensões da vida do homem eram fortalecidas, o homem não deveria nem morrer, nem sofrer. A harmonia interior da pessoa humana, a harmonia entre o homem e a mulher e, finalmente, a harmonia entre o primeiro casal e toda a criação constituíam o estado denominado “justiça original”.
O “domínio” do mundo que Deus havia outorgado ao homem desde o início realizava-se antes de tudo no próprio homem como domínio de si mesmo. O homem estava intacto e ordenado em todo o seu ser, porque livre da tríplice concupiscência (cf. 1Jo 2, 16) que o submete aos prazeres dos sentidos, à cobiça dos bens terrestres e à autoafirmação contra os imperativos da razão.
O sinal da familiaridade com Deus é o fato de Deus o colocar no jardim. Lá vive “para o cultivar e o guardar” (Gn 2, 15): o trabalho não é uma penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível.
É toda esta harmonia da justiça original, prevista para o homem pelo desígnio de Deus, que será perdida pelo pecado dos nossos primeiros pais. (CIC 374-379)
Em nossa experiência cristã, muitas vezes ouvimos falar sobre o pecado original. Aprendemos que Adão foi o responsável pela perda da intimidade de todo o gênero humano com Deus. Vemos a nossos primeiros pais apenas como os culpados pela desobediência. Esta visão limitada influencia a maneira como vemos a natureza do próprio Homem. Muitas pessoas que vivem a realidade do Espírito passam a ver sua humanidade como um peso, um fardo a carregar durante a ‘travessia terrestre’. Para compreender o papel e principalmente o valor cristão de nossa humanidade, é preciso resgatar o plano de Deus para esse Homem, antes da queda.
A Palavra nos conta que Deus desejou, planejou e criou o Homem. E o fez conforme Sua vontade. Nada Lhe escapou. A bondade e o Amor do Pai pelo Homem o fizeram desta forma.
O Catecismo ainda nos ensina: “De todas as criaturas visíveis, só o homem é capaz de conhecer o seu Criador; ele é a única criatura na terra que Deus quis em si mesma; só ele é chamado a compartilhar, pelo conhecimento e o amor, a vida de Deus. Foi para este fim que o homem foi criado, e aí reside a razão fundamental da sua dignidade” (CIC 356). Podemos dizer que o maior presente de Deus ao homem é a sua própria humanidade. Todos os outros valores dados ao homem pelo seu Criador, como a vida, a liberdade, o amor, giram em torno da sua humanidade. Apenas ao gênero humano foi dada tal dignidade. Como exemplo, citamos: uma árvore tem vida, mas, dependendo da situação, pode ser cortada; um animal tem vida, mas em alguns casos, precisa ser sacrificado. Só a vida humana não pode ser ameaçada em nenhuma circunstância. Toda a vida é valiosa, mas a do ser humano é mais ainda. “O homem na verdade não se engana quando se reconhece superior aos elementos materiais, e não se considera somente uma partícula da natureza ou um elemento anônimo da cidade humana. Com efeito, por sua vida interior, o homem excede a universalidade das coisas. Ele penetra nessa intimidade profunda quando se volta ao seu coração, onde o espera Deus, que perscruta os corações, e onde ele pessoalmente sob os olhares de Deus decide a sua própria sorte.” (GS 14, 2)
Desta forma é preciso entender que o Amor paternal de Deus está sobre o gênero humano desde a criação e nunca se afastou dele. E este Amor se derrama justamente dessa forma porque somos ‘gente’, por que somos seres humanos. Diz o Eclesiástico: “Que raça é digna de honra? A raça dos homens” (Eclo 10, 19).
Santa Catarina de Siena orava: “Que motivo vos fez construir o homem em dignidade tão grande? O amor inestimável pelo qual enxergastes em vós mesmo a vossa criatura e vos apaixonastes por ela; pois foi por amor que a criastes, foi por amor que lhe destes um ser capaz de degustar o vosso Bem eterno” (Dial. 4, 12). E São João Crisóstomo: “Quem é, pois, o ser que vai vir à existência cercado de tal consideração? É um homem, grande e admirável figura viva, mais precioso aos olhos de Deus do que a criação inteira: é o homem, é para ele que existem o céu e a terra e o mar e a totalidade da criação, e é à salvação dele que Deus atribuiu tanta importância, que nem sequer poupou seu Filho único em  seu favor. Pois Deus não se cansou de tudo empreender para fazer o homem subir até ele e fazê-lo sentar à sua direita.” (Serm. In Gen. 2, 1).
Quando o Senhor criou a humanidade, tinha um projeto, um sonho. É disso que nos fala o Novo Catecismo: “(...) Adão e Eva foram constituídos em um estado de ‘santidade e justiça original’”. A santidade é a participação da vida divina. A justiça é a harmonia do Homem com Deus, com a Mulher, com toda a criação e consigo mesmo. A harmonia consigo mesmo é o autodomínio. Esse é o projeto de Deus para o Homem. Quando vem a queda, Deus não desiste de seu projeto. Com a saída de Adão e Eva do Paraíso, tem início o esforço do Pai para recuperar seus filhos (cf. Gn 3, 15).
A queda de Adão e Eva não é uma consequência de sua humanidade, antes o é do mau uso da liberdade, do livre arbítrio concedido por Deus. A queda não acontece porque Adão é um ser humano, mas porque não soube obedecer a Deus e deixou-se levar pelas seduções do Mal. Desde então pesa sobre o gênero humano o pecado original. Mas “onde abundou o pecado, superabundou a Graça” (Rm 5, 20). Glória a Deus pela sua misericórdia! O que é preciso entender é que o Senhor não criou o Homem com tendência ao pecado, porém esta tendência ocorre pela marca do pecado original. Mas o Senhor não permitiria que sua criatura mais querida permanecesse exilada do Paraíso eternamente. “O que era impossível à Lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus o fez. Enviando, por causa do pecado, o seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça, prescrita pela Lei, fosse realizada em nós que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito (Rm 8, 3-4).
Na cruz de Cristo, o Pai resgata para nós o que Adão perdera. O Senhor nos devolve o ingresso à intimidade de Deus. E isso vale também para o nosso corpo, para nossa humanidade inteira, porque, na pessoa de Jesus Cristo, o gênero humano é devolvido à sua plenitude. A pessoa de Cristo eleva a pessoa humana às origens, antes da queda. Glória ao Senhor por isso! “Convém que façamos festa porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado!” (Lc 15, 23-24). O Pai conquistou para nós, através de Seu Filho, a possibilidade de vivermos novamente para o Seu sonho para a humanidade. O Novo Adão nos eleva ao que verdadeiramente somos: imagem e semelhança de Deus.
Com tudo isso, entendemos o valor que o Pai dá à nossa humanidade. Não é à toa que, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, o Magistério nos ensina: “Corpo e alma, mas realmente uno, o homem, por sua própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo material, que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao Criador uma voz de louvor. Não é, portanto, lícito ao homem desprezar a vida corporal, mas, ao contrário, deve estimar e honrar o seu corpo, porque criado por Deus e destinado à ressurreição no último dia. Mas, vulnerado pelo pecado, o homem sente as revoltas no corpo. Portanto, a própria dignidade do homem pede que ele glorifique a Deus, em seu coração, não lhe permitindo servir às más inclinações do coração” (GS 14, 1).
O pecado não é consequência de nossa humanidade, mas da concupiscência que habita em nós. Nossa humanidade é muito mais do que nosso pecado. Vencida a concupiscência, temos o Homem Pleno, cheio do Espírito Santo, conformado a Cristo, com quem crucificamos a carne para viver no Espírito. “Ora, se Cristo está em vós, o corpo em verdade está morto pelo pecado, mas o Espírito vive pela justificação. Se o Espírito Daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8, 10-11). Alegre-se, pois, irmão, porque não fomos abandonados aos caprichos das nossas paixões. Antes fomos investidos da força do alto para elevar essa humanidade à “estatura de Cristo”.
Portanto, irmãos, nossa humanidade deve ser cultivada e não negada. Nossa ascese, nossa vida de oração, não pode ter por objetivo negar o que somos, o modo como fomos feitos pelo Criador. Antes, nossa caminhada deve buscar elevar essa humanidade ainda mais, assemelhando-a cada dia mais ao Cristo Senhor nosso. Ele veio “para que as ovelhas tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10, 10). Isso significa viver em plenitude todas as vocações, chamados e aptidões. “Onde Deus te semeou é preciso florescer”, era o canto de Santa Teresinha. Dentro de cada homem há a semente do Reino, os talentos para construí-lo. Esses talentos se traduzem primeiramente nos nossos dons infusos, aqueles naturais: o gosto pelo esporte, pela leitura, pela natureza, por matemática ou por ciências, a facilidade para memorizar coisas, para cantar, o desejo de estudar, a carreira escolhida etc. Depois vêm os carismas e dons de serviço à Igreja. É preciso multiplicar todos esses dons, cultivá-los. Jamais enterrá-los (cf. Mt 25, 14-30).
Muitas vezes vemos irmãos de caminhada, abrasados pelo calor do Senhor, que, talvez por causa de direcionamentos equivocados, decidem negar tudo o que são, identificando nisso a conversão ‘radical’. Com o tempo, esse comportamento, não raro, desabrocha em frutos de amargura, frustração e rancor contra o próprio Senhor. A árvore se conhece pelos frutos, diz a Palavra. A verdadeira conversão liberta, não castra.  Muitos chegam até a abdicar dos seus próprios sonhos, dos desejos mais íntimos em relação ao futuro. Não percebem que eles foram plantados pelo próprio Deus Sonhador em seus corações. Cada sonho do Homem é um pequeno pedaço do Sonho do Pai. Jesus não veio para condenar, mas para salvar; não veio para negar, mas para transformar. Converter-se implica em abandonar o pecado e não a natureza humana criada por Deus.
É vital, para o Reino e para o indivíduo, que a humanidade de cada um seja resgatada. O Senhor não nos chamou do pó para sermos anjos. Chamou-nos a sermos Humanos! Fazendo isso, estaremos aproximando-nos mais e mais do Sonho de Deus. E é assim que Deus nos ama: com o Amor de Pai, que conhece profundamente o filho, a quem gerou no mais íntimo do seu Ser e a quem conhece antes mesmo do nascimento. O Pai te conhece, sabe dos teus anseios e de tuas necessidades. Que nossa alma não se atemorize diante de nossa humanidade, antes saiba ser esse o lugar privilegiado da manifestação do Amor do Pai.
QUIROGA, Aldo Flores e FLORES, Fabiana Pace Albuquerque. Práticas de Vida e Relacionamento– Ministério Jovem RCCBrasil. Módulo Serviço – Apostila I. 2ª edição.
Siglas:
CIC – Catecismo da Igreja Católica
GS - Constituição Pastoral Gaudium et Spes


EVANGELHO DO DIA - LEITURA ORANTE

Ano C - Dia: 08/10/2010



Jesus expulsa demônios

Lc 11,15-26

Mas alguns disseram:
- É Belzebu, o chefe dos demônios, que dá poder a este homem para expulsar demônios.
Outros, querendo conseguir alguma prova contra Jesus, pediam que ele fizesse um milagre para mostrar que o seu poder vinha de Deus. Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse:
- O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído; a família que se divide em grupos que lutam entre si também será destruída. Se o reino de Satanás tem grupos que lutam entre si, como continuará a existir? Vocês dizem que é Belzebu que me dá poder para expulsar demônios. Mas, se é assim, quem dá aos seguidores de vocês o poder para expulsar demônios? Assim, os seus próprios seguidores provam que vocês estão completamente enganados. Na verdade é pelo poder de Deus que eu expulso demônios, e isso prova que o Reino de Deus já chegou até vocês.
- Quando um homem forte e bem armado guarda a sua própria casa, tudo o que ele tem está seguro. Mas, quando um homem mais forte o ataca e vence, leva todas as armas em que o outro confiava e reparte tudo o que tomou dele.
- Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando.
Jesus continuou:
- Quando um espírito mau sai de alguém, anda por lugares sem água, procurando onde descansar, mas não encontra. Então diz: "Vou voltar para a minha casa, de onde saí." Aí volta e encontra a casa varrida e arrumada. Depois sai e vai buscar outros sete espíritos piores ainda, e todos ficam morando ali. Assim a situação daquela pessoa fica pior do que antes. 


Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante rezando, com os internautas de todo o mundo:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Espírito Santo,
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade,
terreno bom,
onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida
seja sinal da tua caridade.
Amém.

1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na minha Bíblia, o texto: Lc 11,15-26, e observo pessoas, o que pensam e o que esperam de Jesus.
Um exorcismo e a expulsão de um demônio que era mudo causou admiração na multidão. Esta admiração era frequente frente aos milagres, mas não significava ainda, atitude de fé. Alguns até atribuem o exorcismo a um pacto com Belzebu! São os que têm restrições fundamentadas em dois aspectos: a dificuldade em compreender a origem e o poder de Jesus e a necessidade de um sinal. Conhecendo seus pensamentos, Jesus fala da destruição da família e do país dividido. Diz ainda que quem não é a seu favor é contra ele e quem não o ajuda a reunir e ajuntar, está espalhando. Da pregação de Jesus, entendemos também que nos uniremos quando nos amamos e dividiremos quando nos apegamos a nós mesmos e não nos preocupamos com o próximo
2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?
Sinto que promovo a comunhão na minha família, no meu trabalho, na Igreja? Ou, tenho a tentação de contradizer, dividir, criticar, colocar obstáculos? Sou a favor de Jesus Cristo presente na comunidade ou "não ajudo a ajuntar"? Em froma de oração, os bispos, na V Conferência, pediram:
"Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele com o Sucessor de Pedro:
"Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina" (Lc 24,29).
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te.
Fica conosco, porque ao redor de nós as mais densas sombras vão se fazendo, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a falta de esperança, e tu os faz arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu tens ressuscitado e que nos tem dado a missão de ser testemunhas de tua ressurreição.
Fica conosco, Senhor, quando ao redor de nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti." (DAp 554).
3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com os bispos:
"Fica, Senhor, em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza.
Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até seu término natural.
Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos!
Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!"( DA 554).
4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de comunhão, de promoção da união de todos que encontro e por onde passo.
Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. -
Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
Fonte: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/evangelho.aspx

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Exercício das virtudes

“Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção” (Ef 4, 30)
Escutei recentemente um testemunho de uma serva de Grupo de Oração e ficou em mim o desejo de partilhá-lo com vocês, que têm procurado, semana a semana, fazer uma caminhada de conversão a partir das moções que o Senhor nos dá.
Dizia essa serva que uma das coisas mais lindas que aprendeu na Renovação foi saber que é templo do Espírito Santo, e que Ele é o doce hóspede da nossa alma. Ao saber disso, conforme o seu relato, ela passou a ter um grande receio de entristecer o Espírito Santo e procurava com todo empenho exercitar-se no exercício das virtudes. Todas as manhãs, ela orava com a passagem de Efésios 4, 25 -32, clamando a Deus para ajudá-la a não pecar naquele dia, pedindo o auxílio de Deus sobre as virtudes que essa passagem enumera: prática da verdade, exercício da paciência e mansidão, prática do perdão, auxílio aos necessitados, vigilância sobre as palavras, não falando nenhuma palavra má, sabendo guardar silêncio, falando palavras que edifiquem (há uma tradução da Bíblia em inglês que fala em palavras de acordo com a necessidade dos outros, sempre visando seu crescimento), renúncia da amargura, da indignação (aquela que faz a pessoa ficar irada), da calúnia, da gritaria, da malícia e, finalmente, exercício da bondade.
Essa serva disse ainda que todas as manhãs, com a ajuda da Palavra, ela revisava sua própria conduta e clamava de todo coração sobre cada ponto dessa passagem.  Diz ela que a cada dia ela se exercitava mais e podia sentir a “ajuda do alto”. O triste, porém, é que depois de um tempo ela foi abandonando essa atitude de contrição de coração e já não pedia mais a ajuda de Deus para não pecar e as coisas que tinham melhorado na sua vida, como o seu relacionamento com os de casa e com as pessoas em geral, a sua fé e confiança em Deus, o seu louvor, a sua alegria, tudo começou a murchar na sua vida.
Diante do testemunho dessa nossa irmã, eu comecei a revisar minha própria caminhada e descobri com tristeza que também eu havia abandonado algumas práticas de conversão.  Comecei, então, a orar com Efésios 4, 25-32 e gostaria de sugerir que você faça o mesmo,pois quando o Espírito Santo, o Doce Hóspede da nossa alma se alegra, todo o nosso ser se enche de paz e alegria.
Que Deus nos ajude a perseverar no exercício das virtudes para que a nossa vida e a de todos os que convivem conosco fique mais bonita e mais feliz!
 
Fonte:  http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=968 

Formação / RCC BRASIL

 
Uma nova primavera para a Igreja

         A seção de Formação do portal RCCBRASIL traz, nesta e nas próximas semanas, pregações e homilias ocorridas durante o XXIX Congresso Nacional da Renovação Carismática Católica. São momentos de grande unção e de conteúdos interessantes para nosso crescimento espiritual.
A estação das flores começou a poucos dias. Mas uma nova primavera está prestes a desabrochar. A presidente do ICCRS – Serviços da Renovação Carismática Católica Internacional, Michelle Moran, baseada em um texto do livro do Deuteronômio e de um convite do papa João Paulo II, lembra que a RCC está prestes a entrar nesta nova fase. O texto abaixo é a transcrição da pregação da missionária durante o XXIX Congresso Nacional.

          Eu sinto muito, mas só sei falar inglês. Então vocês deverão ouvir com o dobro da atenção. Mas sabemos que o Espírito Santo fala todas as línguas, então nessa manhã todos nós vamos escutar a palavra do Senhor.
É uma grande alegria estar no Brasil outra vez, estou aqui pela segunda vez. Mas acho que deveria vir outras vezes, pois é uma grande bênção estar aqui. Uma das coisas que vejo aqui no Brasil é a força da RCC. Não apenas no número de pessoas, mas também uma grande força no Senhor, uma espiritualidade profunda, um grande amor por Jesus, uma grande unidade que vem do Espírito Santo e eu sinto de fato que o Senhor está operando nessa nação.
         É uma grande alegria trabalhar com alguns dos líderes de vocês a nível internacional e eu louvo a  Deus quando eu vejo boa liderança na Renovação, porque é muito importante, porque nos ajuda a sermos maduros no Espírito. Por isso eu agradeço a Deus pelo Marcos, pelo Reinaldo e todos os líderes de vocês. E louvo a Deus por todas as expressões da Renovação no Brasil, por todos vocês que estão aqui no Congresso, por todos aqueles envolvidos nos diferentes ministérios e grupos, pelas grandes comunidades presentes no Brasil. Tudo isso é uma grande bênção e uma grande força para o país.

         Um dos grandes privilégios de ser presidente do ICCRS é que parte da minha responsabilidade é me relacionar com o Vaticano e com a Renovação Carismática a nível mundial. E então, por causa disso, tenho a oportunidade de me encontrar com o Papa de tempos em tempos. E eu quero partilhar isso com vocês hoje. Não porque eu quero me promover, mas porque é importante para nós na RCC saber que a Igreja valoriza o que acontece no meio de nós pelo poder do Espírito Santo.
          No final do ano passado eu me encontrei com o Papa e eu disse para ele que levava saudações dos carismáticos do mundo. E me disse imediatamente: “Renovação Carismática, reze por mim”. Eu acho incrível que o Papa saiba que somos um povo de oração, que esse é um dos nossos dons mais fortes. E ele nos encoraja a usar esse dom para a construção da Igreja. Um pouco antes da festa do Pentecostes deste ano eu encontrei o Papa novamente. E foi num período em que a Igreja tentava lidar com muitos tipos de coisas difíceis. E eu disse novamente: “Saudações da Renovação Carismática”, e completei: “Santo Padre, estamos rezando pelo senhor”. E ele disse: “Obrigado pelas suas orações. Nós precisamos delas durante esses tempos difíceis para a Igreja”.
Então irmãos e irmãs, aqui no Brasil vocês podem estar a uma grande distância geográfica de Roma, mas podem ter certeza que, como Igreja, nós estamos profundamente unidos através da oração. E através da oração, podemos estar bem próximos do Santo Padre. E através da oração, podemos permitir que a graça da RCC toque a Igreja toda. Então eu gostaria de encorajar vocês a irem fundo na oração de vocês, a se tornarem guerreiros orantes e que nunca se cansem de orar pela Igreja e pelo mundo.

         A última vez que estive no Brasil foi durante o 40º aniversário da Renovação Carismática Católica, e nós tivemos uma grande comemoração. E naquela época eu estive em muitos países para celebrar. E eu sentia que desde aquele aniversário o Senhor está fazendo a RCC avançar, e avançando de uma maneira nova. E não sei todos os detalhes disso ainda, pois é um processo que ainda estamos vivendo. Mas quando o papa João Paulo II falou sobre uma nova primavera da Igreja, eu acredito que nós da RC estamos entrando nessa nova primavera. É uma época em que devemos estar muito atentos à voz do Espírito Santo, escutando o Senhor e vendo o que ele está fazendo. Porque o Ele opera de maneiras diferentes em épocas diferentes e para fins diferentes. E eu acho que os nossos primeiros 40 anos foram uma graça de renovação que fluía do Concílio Vaticano II, trazendo muita liberdade para a Igreja em muitos níveis. E na Renovação nós experimentamos a liberdade no Espírito Santo. Vocês experimentam a liberdade no ES? Sim? Aleluia. Então nós experimentamos essa liberdade, mas agora eu acredito que estamos em um novo estágio, nova era do Espírito. É uma época de nos sentirmos felizes, de estarmos atentos, prontos para avançarmos quando o Senhor disser para avançarmos.
Para tentar entender isso um pouco melhor, vamos olhar para a vida de Jesus. Na vida Dele, nós vemos três grandes movimentos do Espírito Santo. Vocês podem ver isso no Evangelho de Lucas, nos capítulos 3 e 4.
        Jesus esteve em oração depois do seu batismo no rio Jordão. Enquanto ele estava em oração, o Espírito apareceu na forma de uma pomba e Jesus foi enchido pelo Ele. Esse foi o primeiro movimento, é enchê-lo do Espírito Santo, é o que chamamos de batismo no Espírito Santo. Algumas pessoas dizem que quando recebemos o batismo no Espírito, o que acontece é que a graça dos sacramentos que está dentro de nós subitamente fica viva. Então nós nos movemos na graça do nosso batismo sacramental, abraçando os dons do Espírito Santo que recebemos em nossa Crisma. Eu acredito que, de fato, é isso que acontece. Mas é mais que isso. Porque é depois que Jesus foi batizado e rezou que o Espírito Santo veio. E Jesus disse aos discípulos que esperassem pelo Paráclito.
       João batizava com água, mas vocês daqui a uns dias serão batizados com o Espírito Santo e com o... fogo. É tão importante lembrar o fogo. Nós já ouvimos isso algumas vezes durante o Congresso, quando recebemos o batismo no Espírito Santo é mais que um avivamento, é mais que uma nova graça: o fogo vem sobre cada um de nós. No dia de Pentecostes, quando eles estavam reunidos, primeiro eles escutaram o barulho do vento que encheu toda a sala, era a presença do Espírito Santo sobre todos, mas, quando eles viram, as línguas de fogo vieram e repousaram sobre a cabeça de cada um, e cada um ficou cheio do Espírito Santo e de fogo. E eu sei que vocês já sabem disso, mas estou relembrando vocês, porque é importante ver o fogo queimando. E quando nos reunimos em ocasiões como essa, o fogo do Espírito se torna muito forte e ele queima tudo que não é de Deus, é purificador. E o fogo é um símbolo de mais amor que é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo. E esse fogo é tão importante para que possamos irradiar o amor de Deus pelo mundo! Então nós precisamos orar constantemente ao Senhor, pedindo: ‘Senhor encha-me do teu Espírito Santo e com fogo’. Este é o primeiro movimento do Espírito Santo na vida de Jesus, e na vida de cada um de nós. Nós somos cheios do Espírito.
        O segundo movimento é que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo. Para onde ele foi conduzido? Ele foi para o deserto, situação de teste, dificuldades, levado a um lugar de tentação, de batalha espiritual. E, amigos, se isso aconteceu na vida de Jesus, podemos ter certeza de que vai acontecer com certeza na nossa vida. E em alguns lugares da Renovação Carismática, quando se chega a esse estágio, eles não querem mais ser guiados pelo Espírito Santo. Eles querem ficar como crianças, fazendo coisas simples. Mas se nós não permitirmos que o Espírito nos guie, se não permitirmos que o Ele nos forme, nós nunca vamos crescer em maturidade e nunca poderemos abraçar a missão para qual o Senhor nos chama. Esses são dias em que o Senhor está nos chamando para crescermos em maturidade. Houve um tempo em que os líderes da RCC se encontravam com muita freqüência com o papa João Paulo II e ele estava sempre encorajando, mas também nos desafiando e dizia: ‘Cresçam em maturidade eclesial’.
        Então temos que permitir que o Espírito Santo nos guie, nos conduza, temos que nos preparar para ficar ali no deserto. Talvez durante esses tempos não seja tão emocionante estar na RCC, não pareça ser tão bom como costumava ser, mas, amigos, a nossa fé tem que ir além dos nossos sentimentos e o Senhor tem que nos levar além das nossas emoções, para que nós possamos conhecer o Senhor, que está muito além das nossas experiências, para que nós podemos nos fortalecer e chegar ao ponto de dizer: ‘Senhor eu vou te seguir nos tempos bons, nos tempos difíceis, nos tempos de desafios. Jesus, eu te seguirei’. Amém?
         Aí que precisamos encorajar uns aos outros. Porque nós não habitamos no deserto sozinhos. Talvez nós experimentemos a solidão do deserto, mas temos irmãos e irmãs conosco para nos encorajar e ajudar quando precisamos. Particularmente quando aquela batalha está muito forte. E há dois inimigos que nós enfrentamos no deserto. Nós sabemos que quando Jesus esteve no deserto, ele se encontrou com Satanás, e que ele ruge como um leão ao redor de nós. E o Senhor precisa nos treinar para que possamos reconhecer as táticas do demônio. Mas há outro inimigo que nós enfrentamos no deserto, que é o inimigo que vive no fundo de cada um de nós, o nosso ego, a nossa vida da carne, a nossa autossuficiência. E o Senhor quer que combatamos contra essa nossa natureza caída para que possamos ser purificados, para crescer em santidade, fortalecidos e prontos para o próximo estágio da jornada.
        Então não fiquem com medo ao se depararem com a sua fraqueza interior: estes são momentos de conversão, podem ser momentos em que o Senhor se encontra conosco na nossa pobreza, no nosso pecado, e transforma essas áreas da nossa vida e nos dá a força interior para sermos capazes de avançar. Esse é o segundo estágio do Espírito Santo na vida de Jesus: ele foi enchido pelo Espírito e conduzido pelo Ele a um lugar de teste.
Se olharmos para o livro de Ezequiel, capítulo 47, podemos ver os estágios bem claramente. O profeta vê a água que flui do templo, que é o rio da vida, e a primeira instrução é a de medir a água. Num primeiro momento, chega até os seus tornozelos. Eu acredito que esse é o primeiro derramamento: a água flui e nós gostamos disso. Depois há mais água e nós ficamos muito felizes e dizemos que o Senhor está nos abençoando. Então a água chega aos nossos joelhos e não fica mais tão fácil de movimentar-se e algumas pessoas se prendem àquele lugar, porque elas acham difícil se movimentar. Então elas param. Depois elas voltam para aquele lugar onde a água estava rasa, mas então não há crescimento, maturidade. Com o Senhor não há olhar pra trás, retirada. Ele sempre nos convida a nos aprofundar Nele. Então o profeta mede as águas mais uma vez e a água chega até a cintura. Essa é uma fase muito importante, pois quando a água chega à cintura nós podemos sentir o convite: ‘Tire os pés do chão. Confie em mim. Renda-se a mim. Acredite que eu posso te sustentar. Aprenda a se mover de uma maneira nova. Aprenda a nadar no Espírito Santo’. Quando nós nos rendemos nesse ponto, o rio flui, flui, flui.
         O Senhor precisa do nosso sim, para que o rio da vida possa fluir de forma mais abundante no mundo. Porque o rio da vida não é só pra mim, para os meus amigos, para a Igreja, mas o rio da vida traz cura para as nações. Então o Senhor precisa que nós rendamos ao Espírito Santo para que possa haver mais cura e mais amor possa ser levados às nações. Vocês estão prontos para se renderem? Vocês estão prontos para confiar no Senhor?
Eu acho que é nesse estágio que estamos agora na RCC. Nós experimentamos muitas bênçãos e já recebemos muitas coisas. Muitos já experimentamos milagres nas vidas pessoas. Mas eu acredito que o Senhor está dizendo que existe graça para as nações. Porque o terceiro mover na vida de Jesus foi uma graça para a missão. Ele entrou na sinagoga e leu a palavra do profeta Isaías, ele nos deu o manifesto da sua missão, que começa com ‘O Espírito do Senhor está sobre mim’. Sem o Espírito Santo, não há missão. E nós podemos dizer por que o ES está sobre mim: o Senhor está nos enviando para levar a boa nova aos pobres, para libertar os cativos, para curar os doentes, para levar a boa nova a todos.
        De fato, temos uma grande missão e eu sei que vocês sabem disso, mas eu quero que vocês tenham uma visão mais ampla. É importante que vocês saibam o que o Senhor está fazendo nos dias de hoje, para que nós possamos ser sensíveis ao Espírito Santo e então poderemos simplesmente nos mover aonde Ele nos conduz. Eu quero voltar a 1975, não porque eu quero lembrar os velhos tempos, mas porque eu acredito que naquele ano houve uma profecia muito significativa. Algumas vezes nós ouvimos uma palavra profética, mas leva algum tempo para que possamos responder a ela. E no ano de 1975, havia muitos líderes da Renovação Carismática reunidos na Basílica de São Pedro. E naquela época, Ralph Martin [um dos pioneiros da RCC] teve uma profecia que partilhou com todos. É uma profecia longa, tem três partes. E eu quero partilhar essa profecia com vocês hoje, porque eu acredito que essa profecia está se cumprindo agora. E acredito que ela nos fala de onde nós estamos como RCC.
       Na primeira parte, o Senhor diz: “Abram os seus olhos e se preparem para o dia que se inicia hoje”. Isso aconteceu em 1975 e foi algo que o Senhor começou a fazer lá. “A minha Igreja será diferente, meu povo será diferente, dificuldades e desafios chegarão até vocês. Eu vou conduzir vocês até o deserto. Eu vou retirar de vocês tudo de que vocês estão dependendo agora, para que vocês dependam somente de mim”. Eu acredito que essa palavra foi cumprida. Eu acredito que a nossa Igreja está enfrentando desafios e dificuldades muito fortes. Eu acredito que a RCC enfrentou desafios, oposição, algumas pessoas desanimaram, sentiram-se desanimadas, algumas frustradas, algumas abandonaram os caminhos do Senhor. Nós vemos essa profecia se realizando.
       A segunda parte é ainda mais desafiadora. Ela fala sobre dias de escuridão vindo sobre o mundo. Haverá dias de muitos desafios e tribulação. E eu voltei a essa profecia dois anos atrás, quando todos os jornais falavam sobre uma grande crise econômica, que balançaria e mudaria o mundo. E de fato vimos isso acontecer. Alguns países foram mais afetados que outros. Na Europa ocidental e nos EUA, a crise foi muito forte para algumas pessoas. As pessoas que confiavam nos bens materiais caíram. As pessoas começaram a se fazer questionamentos políticos, econômicos, financeiros. Foi uma época de instabilidade. E foi uma época que muitos sabiam que a Palavra de Deus nos sustentaria. Por isso é importante que conheçamos a Palavra do Senhor para que possamos nos firmar na verdade e quando houver desafios e dificuldades, nós não afundemos, mas atravessemos essas dificuldades e sigamos em frente.
A terceira parte dizia: “Uma época de escuridão está vindo sobre o mundo, mas uma época de glória está vindo sobre a minha Igreja, sobre o meu povo”. Amém? Isso nos faz muito empolgados agora. Nós passamos pelos desafios e estamos chegando na glória. O livro dos Provérbios nos lembra que não há como haver glória sem arrependimento. Eu acho que os dias em que vivemos são muito importantes. É um momento muito importante no Espírito Santo, pois a nova primavera está vindo sobre nós. Nós temos que nos arrepender, das épocas em que nossa fé falhou, das épocas em que não víamos o que Deus estava fazendo, em que nos movemos na carne e não no Espírito. Porque, a partir daquele momento de arrependimento, nós receberemos a glória do Senhor.
       Quando nós nos ajoelhamos diante do Senhor, quando dizemos: “Sinto muito, Senhor, por ter agido mal algumas vez. Por favor, perdoa”, o Senhor não diz: “Fica ali agora no seu arrependimento”. Ele diz “Levanta, fica forte, recebe o meu perdão, a minha misericórdia, as minhas bênçãos, a minha luz e reflita a minha glória para o mundo”. Essa nova primavera é um tempo para crescimento. Em Deuteronômio, capítulo 11, o Senhor diz: “Eu vou dar a vocês as chuvas na época oportuna: a chuva do outono e a chuva da primavera”. As pessoas faziam as plantações no outono: então a chuva do outono é aquela que ajuda as plantas crescerem. Nós vimos isso na RCC, nós tivemos esse revigoramento no Espírito Santo. Mas é a chuva da primavera, a segunda chuva, que traz a colheita.
         A profecia de Ralph Martin diz que o tempo de glória está chegando para a Igreja. O Senhor diz que vai prepará-los para uma época de evangelização que o mundo ainda não viu. Essa é a época que nós estamos agora, de ser um povo em movimento. O Espírito Santo está dizendo: “Levantem-se, fiquem cheios da minha glória, levem a minha glória para as nações, essa é a hora da colheita, essa é a hora da nova primavera!”. Nós precisamos ser um povo de grande coragem. Precisamos confiar no Senhor de uma maneira que nunca confiamos. Devemos crer no Senhor de uma maneira que nunca cremos. Devemos deixar pra trás as nossas coisas de criança e assumir de forma séria o nosso comprometimento. E acima de tudo, não podemos ter medo. O Senhor diz: “Não tenham medo!”.
        Eu me lembro de São Pedro, de quando eles estavam no barco no meio da tempestade. E ele olha e vê algo no horizonte. É importante usar nossos olhos. Quando ele olha, vê Jesus, ele não tem certeza absoluta, mas diz: “Senhor, é você?”. E Ele diz que sim. E o Senhor está caminhando sobre as águas e Pedro ainda está hesitante: “Se for o Senhor, deixe-me ir até o Senhor”. E Ele diz: “Vem”. E Pedro fica cheio de coragem, e sai do barco e põe uma perna pra fora. Ele é um pescador, sabe o que vai acontecer e ele está esperando entrar na água. Mas subitamente a água o segura na superfície, e ele dá outro passo, olha pra Jesus e pensa: “Algo está acontecendo de alguma maneira nova”. Mas, de repente, ele fica com um pouco de medo, perde o equilíbrio e começa a afundar. Nós conhecemos a história.
     Mas eu quero que vocês pensem sobre Pedro, quando ele vai para a cama naquela noite e reflete sobre o dia. Do que ele vai lembrar? Ele vai lembrar: “Eu caminhei sobre as água! Não muito bem, só dois ou três passos, mas quando o Senhor me chamar outra vez, ah!, eu vou mais longe!”. Esse é o convite para nós, amigos. O Senhor nos convida a caminhar sobre as águas, a confiar nele, a não termos medo, e a fazer grandes coisas pra ele.
 
Michelle Moran
Presidente do ICCRS – Serviços da Renovação Carismática Católica Internacional
  
Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=967

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Moções Proféticas - RCC BRASIL

Publicado no dia 21/09/2010 | 18:02:32


Não esqueça o colorido

“Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor.” (Cl 3,23-24)

Quando eu tinha uns doze ou treze anos, a minha tarefa em casa era lavar a louça da janta. Porém, esse era um serviço que eu detestava fazer. Já acordava de manhã pensando que à noite teria que lavar a louça. Um dia, li numa revista um artigo com o título “Não Esqueça o Colorido.” Esse artigo dizia que se dermos o melhor de nós mesmos em todas as tarefas, por menos que gostemos delas, um dia acabaremos apreciando o que temos para fazer, pois veremos os bons resultados dos nossos melhores esforços. Dizia também que sempre acabamos por amar aquilo por que nos doamos. Portanto, dizia o autor do artigo, não pare só no desenho em preto e branco, faça também o colorido, faça além do que é esperado de você, dê o seu toque de dedicação, o seu toque de doação.
Resolvi, depois de ler o artigo, que daria o melhor de mim ao lavar a louça, eu a lavaria muito bem, daria meu toque pessoal. E assim fiz. O meu desafio foi uma cafeteira que por ser velha já estava com sujeira entranhada, provavelmente por ter sido lavada de má vontade, provavelmente por mim mesma. Eu quase gastava as minhas mãos esfregando aquela cafeteira, bem como o resto da louça, todas as noites. A cada lavada a cafeteira brilhava mais e a minha mãe começou a notar o meu “colorido”. Começou a me elogiar para as pessoas, dizendo o quanto eu era caprichosa e, é claro, isso me deixava muito feliz. Agora, quando eu acordava de manhã eu me alegrava com o fato de ter que lavar a louça de noite, passei a amar o que fazia.
 Senti, em oração, que deveria contar para vocês sobre esse artigo e o seu efeito na minha vida. Penso que isso nos remete também ao que o Papa João Paulo II dizia quando falava da “mais alta medida da vida cristã”. Ele nos pedia para não nos contentarmos com nada menos do que o melhor em tudo o que fizéssemos. Ele dizia ainda: “Construí a cidade de Deus sobre a cidade dos homens”. Dar o melhor de nós, a mais alta medida, a Deus o melhor de nosso louvor, confiança e obediência, o melhor de nosso tempo na oração, o melhor de nossos talentos na missão; aos outros dar o melhor de nosso serviço, o melhor de nosso sorriso, o melhor de nosso perdão, o melhor de nossa paciência; a nós mesmos dar o melhor de nossa determinação de sempre fazer o melhor possível, de nunca esquecer o colorido.Tenho certeza que Deus não nos criou para que a nossa vida seja em preto e branco. Ele a quer colorida, cheia de sentido, feliz, realizada.
Assim como eu fiz com a cafeteira, podemos começar escolhendo uma área específica da nossa vida para tirar a sujeira entranhada, para fazer brilhar e, assim, fazer a nós e aos outros felizes.


fonte: http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=963

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Moções Proféticas / RCC Brasil


Publicado no dia 15/09/2010 | 11:03:30
Lealdade a Cristo, lealdade ao irmão
“Por isso não desanimamos desse ministério que nos foi conferido por misericórdia. Afastamos de nós todo procedimento fingido e vergonhoso. Não andamos na astúcia, nem falsificamos a palavra de Deus. Pela manifestação da verdade nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de Deus.” (2Cor 4, 1s)

Certo dia, em preparação a um Congresso da RCC, perguntávamos ao Senhor: “Qual é a conversão que o Senhor espera de nós?” Começamos a rezar nesse sentido e Deus nos deu uma palavra: “Lealdade”. Em seguida, veio a confirmação na Palavra: 2 Coríntios 4, 1-6.
No mundo atual, as pessoas são muito desleais, fingidas, falam umas das outras pelas costas, acusam-se mutuamente, condenam-se mutuamente. Quem acusa é o demônio. O livro do Apocalipse, no capítulo 12, versículo 10 diz que ele nos acusa dia e noite diante de Deus. Ele é o pai da mentira e do fingimento, portanto, sempre que formos astutos e fingidos estaremos nos submetendo ao demônio ao invés de nos submetermos ao Senhorio de Jesus. Afinal, quem nós queremos que seja o Senhor de nossas vidas?
O demônio nos acusa, mas Jesus nos defende: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo, mas eu roguei por ti para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos”. (Lc 22, 31)
Nessa passagem do evangelho de Lucas, Jesus se revela como nosso intercessor diante das acusações do inimigo, mas Ele também nos exorta a fazermos o mesmo quando nós virmos os nossos irmãos sendo atacados, denegridos, acusados. Jesus diz: “E tu, por tua vez, confirma os teus irmãos.” Em outras palavras, Ele nos pede para sermos defensores uns dos outros, para sustentarmos uns aos outros, mostrar uns aos outros a quem realmente pertencemos.
Sempre que formos leais, verdadeiros, advogados de defesa dos outros e não de acusação, então a luz de Deus ilumina a nossa vida e sentimos muita liberdade e muita alegria.
Certa vez, li o testemunho de um pregador americano, numa revista. Esse homem dizia: “Deus sempre atende as minhas orações e isso tem acontecido desde que eu, em obediência à palavra de Deus, resolvi nunca mais acusar ninguém, mas pelo contrário, sempre procurar defendê-las e dizer algo de bom sobre elas para abençoar suas vidas com minhas palavras”. Lendo seu testemunho, lembrei-me da segunda carta de Pedro que diz: “Abençoai, pois para isto fostes chamados, para que sejais herdeiros da bênção. Com efeito, quem quiser amar a  vida e ver dias felizes, refreie sua língua do mal e seus lábios de palavras enganadoras; aparte-se do mal e faça o bem, busque a paz e siga-a”. (2Pd 3, 9b-11)
Nesta semana, meditemos na palavra “lealdade”, procuremos fazer da lealdade a Jesus Cristo, ao seu evangelho e aos outros a nossa meta de conversão. Sinto que, da mesma forma que aquele pregador americano, teremos muitos testemunhos de orações respondidas para dar.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=962

Formação / RCC BRASIL




Publicado no dia 14/09/2010 | 12:00:31
A mensagem que devemos proclamar

A seção de Formação do portal RCCBRASIL traz, nesta e nas próximas semanas, pregações e homilias ocorridas durante o XXIX Congresso Nacional da Renovação Carismática Católica. São momentos de grande unção e de conteúdos interessantes para nosso crescimento espiritual.
Aproveitando também o período de reflexão que os Bispos do Brasil propõem para este mês da Bíblia, escolhemos a pregação "Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia", conduzida pelo diretor do Instituto de Formação do ICCRS - Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica, Jim Murphy. O americano fala da mensagem do Evangelho e da maneira com a qual devemos levá-la às outras pessoas.
 
O nosso tema hoje é Pregue o Evangelho e anuncie a Boa Notícia. Nos quatro evangelhos, há um tema que é recorrente: Jesus dá poder e o mandato para os seus seguidores proclamarem a Palavra. Em alguns casos, apenas aos 12 apóstolos, em outras aos 72 discípulos. Diferentes Evangelhos falam de uma maneira um pouco diferente, mas a essência está aqui. Ele envia, dá o mandato ao seu povo, para ir e proclamar o seu reino. Ele diz para ensinar e proclamar a Boa Nova. Ele chama os seus seguidores para viver no meio das pessoas às quais ele as envia. Ele também diz que sinais e prodígios sejam parte da proclamação do Evangelho. Ele também nos diz que vai haver desafios, mas nos dá a garantia de que estará sempre conosco. Nos dá o poder no Espírito Santo para realizar esse trabalho.
Mas não nos enganemos a esse respeito: esse chamado não é feito apenas para algumas pessoas. Se você é um cristão batizado, essa é a sua missão. Podemos fazer em circunstâncias diferentes, de maneiras diferentes, mas a proclamação do Reino não é algo opcional. Se você é cristão, esse é seu trabalho.
Então vamos tirar alguns momentos para entender o que é a Boa Nova, o que somos chamados a proclamar. Basicamente, são três elementos:
1. Deus nos ama muito.

Ele não ama apenas os cristãos. Ama tudo o que criou. Ele quer desesperadamente que a humanidade conheça e viva o seu amor.
2. A humanidade se afastou de Deus, mas Ele continua indo atrás dela.

Jesus veio a terra para conduzir o homem de volta ao Pai. Através da sua encarnação, sua vida e ministério, através da sua paixão, morte e ressurreição e da sua glorificação, Cristo tornou possível a nossa volta ao Pai. Não há pecado forte o suficiente para quebrar o amor de Deus. Não há poder na terra ou no inferno que nos separe de Deus, se abraçarmos Jesus.
3. O Reino de Deus está ao nosso alcance.
No livro do Apocalipse, João nos fala dos novos céus e terra. Haverá um tempo e um lugar onde não haverá mais morte, sofrimento, lágrimas, incompreensões, solidão, doença ou morte. Este é um tempo real e um lugar, a nova Jerusalém, a cidade celestial. Um lugar onde Deus habitará no meio de nós, e sempre será nosso Deus e sempre seremos o seu povo, para sempre. Estaremos em paz com Deus e com o outro, e talvez o maior milagre de que nós estaremos em paz conosco mesmos. Esta é a plenitude do Reino. E ela está vindo. Nós ainda não vemos a plenitude desse Reino neste momento. Mas pra vocês que já seguem a Cristo, vocês sabem que o Reino de Deus está ao seu alcance aqui e agora. Já tiveram a experiência desse primeiro gostinho do Reino. Embora ainda batalhemos nessa terra, nós já conhecemos algo sobre essa paz que vem desse Reino. Nós já até provamos da alegria desse Reino. E mesmo agora nós vivemos agora no amor do Reino. É maravilhoso agora, mas vai ser ainda melhor quando chegarmos a essa plenitude.
Então a Boa Nova é a seguinte: Deus nos ama, Jesus restabeleceu nosso relacionamento com o Pai e o Reino de Deus está ao nosso alcance. Essa é a mensagem. Isso é o que você deve comunicar ao mundo inteiro. O Antigo Testamento diz que nos últimos tempos, haverá uma fome na terra. Não uma fome de pão, mas uma fome da Palavra de Deus. Irmãos e irmãs, nós estamos em um banquete agora. Nós temos esse maravilhoso ministério de música, nós temos ensinos, pelo ministério dos sacerdotes nós temos a Eucaristia e a Reconciliação, nós temos essa maravilhosa comunidade de fé. É muito rica essa refeição que temos aqui. Mas nesse exato momento, muitas pessoas estão morrendo de fome, nas suas almas e corações. E essa riqueza e abundância de alimento que temos aqui, muitas pessoas nem sabem que isso é possível. A Igreja Católica diz que eu e você temos uma obrigação moral de partilhar o Evangelho. Da mesma forma que não é certo que a gente tenha alimento físico e outros estejam morrendo de fome e não partilhar com eles, nós temos um alimento ainda maior nesses dias, e seria terrível não partilharmos esse alimento com o resto do mundo. Então, eu gostaria de olhar agora de quatro modos pelos quais podemos partilhar o banquete que estamos tendo nesses dias.
Sem questionamento algum, você e eu devemos falar ao mundo sobre Jesus, devemos proclamar o nome Dele. Agora, muitos católicos citam São Francisco de Assis e dizem que isso foi o que ele disse: anuncie o Evangelho em todos os momentos e, quando necessário, use palavras. Muitos católicos têm usado as palavras do santo para dizer: não é necessário usar a palavra, nós só precisamos ser pessoas gentis, boas. O único problema com essa citação de São Francisco de Assis é que ele nunca disse isso. Os eruditos sobre a vida de Francisco não têm evidência alguma de que ele algum dia disse isso. Em uma ocasião, ele escreveu uma carta para os seus monges de outra diocese, e ela dizia para os frades: quando vocês chegarem a uma nova diocese, certifiquem-se de que tem a permissão do bispo para pregar. Se ele não permitir que vocês preguem, então pelo menos com a vida de vocês proclamem o Evangelho. São Francisco insistia sobre a proclamação da Palavra de Deus. Durante as cruzadas, São Francisco foi à terra santa e foi ao campo de batalhas líder dos muçulmanos. Naquele campo, ele anunciou Jesus ao sultão com grande humildade, mas com grande coragem. E isso tocou o coração do sultão. Não o usemos então como desculpa para não pregar.
O papa Paulo VI disse que não pode haver evangelização autêntica sem que seja falado especificamente sobre o nome, a pessoa e o ministério de Jesus Cristo. A nossa mensagem não é “tenha um bom dia”, nem “nós somos pessoas muito boas”, mas a seguinte: “Jesus Cristo é o Senhor e não há nenhum outro nome pelo qual possamos ser salvos”. Nós temos que proclamar o Messias!
Eu tenho uma experiência muito embaraçosa sobre isso e estou até meio envergonhado de contar isso a vocês: há muitos anos, eu trabalhava em um restaurante em um centro de convenções. Era um complexo muito bonito, com um hotel. E eu trabalhava limpando as mesas. Eu já havia comprometido a minha vida com Jesus e eu levava a sério o seguimento do Senhor. Muitas das garçonetes do restaurante estavam vivendo vidas muito difíceis. Elas frequentemente saiam com os clientes para os quartos do hotel. Muitas delas eram espancadas pelos namorados e outra chegavam embriagadas ao trabalho. E eu me vi como um cristão dentro de um mundo muito desesperado. E havia uma em especial pela qual eu sentia piedade. E eu queria falar com ela sobre Jesus. Mas e o meu emprego, e se eu fosse despedido sobre falar de Jesus? E se as outras garçonetes rissem de mim? Então eu fiz o seguinte, eu tentei servi-las da melhor maneira possível e eu orava por essas garçonetes. E também tentava dar umas dicas pequenas sobre Deus e sobre a fé, mas não falei diretamente sobre Jesus, porque talvez elas me rejeitassem.
Muitos anos se passaram, e eu estava em um congresso como esse e eu vi uma mulher descendo um corredor e abanando para mim. Eu a reconheci como uma das mulheres do restaurante. Ela parecia uma pessoa diferente, estava radiante. Ela veio até mim correndo, falou meu nome e me deu um abraço e me contou sobre a sua conversão a Jesus. Há alguns meses ela havia conhecido o Senhor. Agora eu fico envergonhado de contar a vocês que eu fiquei muito orgulhoso. Ela disse a mim: “Eu tenho sido uma cristã a pouco tempo, mas é maravilhoso”. E ela me perguntou: “Há quanto tempo você é cristão?”. E, cheio de arrogância, respondi que já era cristão na época do restaurante. E as feições do rosto dela se fecharam. Ela me disse: “Você quer dizer que quando eu estava com todos aqueles problemas, você já era cristão”. E eu disse: “Sim, eu era um seguidor de Jesus”. Então ela me olhou nos olhos e disse: “Todos aqueles dias que estava naquele restaurante e sentava lá embriagada, eu me perguntava se havia algum propósito para continuar com a vida. O meu namorado me batia do lado de fora do hotel. Quando tudo isso estava acontecendo, você já sabia sobre Jesus e você nem tentou falar sobre Ele?”. Ela olhou pra mim e disse: “Que tipo de amigo você é?”. Então virou as costas e foi embora. Naquele momento, eu não me senti orgulhoso, pois estava mais preocupado com a minha reputação, com o meu trabalho, com a minha aparência do que com a alma da minha amiga.
Até o dia de hoje, eu agradeço a Deus por tê-la salvo, porque o Antigo Testamento diz que Deus diz: “Se eu enviar você a alguém, você falar e ele não ouvir, não é problema. Mas se eu enviar você a falar e você não fizer isso, isso passará a ser problema seu”. Irmãos e irmãs, isso é muito sério. As almas dos homens estão na beira do abismo. Nós estamos falando sobre questões com conseqüências eternas. Se você vai falar com 10 pessoas, algumas vão rir de vocês, outras vão ignorar você, mas talvez algumas venham até Jesus. Se você passar o resto da sua vida falando de Jesus para outras pessoas e todos o rejeitarem, todos zombarem, você pode até perder o seu trabalho, seus amigos não quiserem ficar com você, se você passar a vida toda falando de Jesus e uma alma vier a Ele, você terá tido uma vida com muitos frutos. Você e eu temos de decidir que não queremos mais ficar parados, quietos. Vocês estão vendo a mensagem que o mundo está proclamando? Eles não têm medo de contar as suas histórias, eles não têm medo de proclamar as suas coisas. A nossa mensagem é VIDA! Jesus é a verdade! Do que temos vergonha? Do que temos medo? Devemos proclamar que Jesus é o Senhor.
Esse anúncio pode ser feito de muitas maneiras. Vocês podem imaginar agora: pegarmos um ministério de música, colocarmos nas ruas da cidade, podem imaginar as coisas boas que aconteceriam? Há 10 dias, eu estava em um lixão na Cidade do México, e estávamos fazendo teatros no lixão, e essas encenações tocaram muitas pessoas. O Papa João Paulo II disse que a nossa mensagem não muda, a verdade de Jesus não vai mudar com os tempos, mas nós devemos aproveitar cada oportunidade para fazer uma nova apresentação do Evangelho. Além de falar sobre a Palavra, nós podemos usar a música, o teatro, podemos ter ministério com as crianças, podemos usar a TV e a internet, podemos falar com os nossos vizinhos, mas qualquer que seja o método que usemos, nós devemos anunciar Jesus.
A segunda maneira que temos para proclamar o Evangelho é através do serviço. Eu quero que vocês façam um pouco de Biologia. Se vocês perceberem vocês tem duas orelhas, mas temos uma boca. Deus fez isso com um propósito: Ele quer que ouçamos duas vezes mais do que falamos. Mesmo que o anúncio seja essencial, nós temos que ter cuidado para que não nos tornemos arrogantes, para que não fiquemos falando só sobre coisas tolas, mas devemos partilhar o nosso coração com os outros. Vocês lembram-se de quantas vezes Jesus fez essa conexão com as pessoas e nós podemos fazer isso quando servimos.
Como cristãos, não quer dizer que somos melhores que os outros, somos diferentes. Somos salvos pela misericórdia de Deus. Mas se Deus tirasse a sua mão de nós, estaríamos na mesmo confusão dos outros. Então não podemos chegar com arrogância, não podemos chegar com a nossa retidão. A melhor definição que eu já ouvi sobre evangelização é sobre um mendigo cego mostrando a outro mendigo cego onde encontrar o pão. Nós temos que ter corações de servos porque o nosso mestre teve um coração de servo, de serviço.
Quando a comunidade cristã estava começando em Roma, e iniciaram as perseguições contra os cristãos, muitos dos nossos derramaram o sangue pela fé e foi um testemunho poderoso para os romanos. Mas outro evento ocorreu nos primórdios do cristianismo em Roma. Em um verão em Roma, houve uma praga terrível e ela se alastrava pela cidade. Muitas pessoas estavam morrendo dessa terrível doença. Todos os ricos e poderosos fugiram da cidade. O que restou foram os pobres, os doentes e os que estavam morrendo. Todos os poderosos partiram para se salvarem. Mas outro grupo de pessoas ficou em Roma naquele verão: os cristãos. E eles saíram a ministrar aos doentes e os que estavam morrendo. E essas pessoas ficavam surpresas porque os cristãos ficaram ali, pois eles estavam sendo perseguidos pelos romanos. Eram considerados fora-da-lei pelos romanos, loucos e radicais. Mas quando os romanos estavam morrendo, foram os cristãos que ficaram ali. E nós provavelmente perdemos mais cristãos durante aquela praga do que no Coliseu.
Irmãos e irmãs, devemos servir a todas as pessoas. Não importa que esteja certo ou errado, se é bom ou mau. Quando Jesus foi à cruz, não importava quem estava certo ou errado, quem era bom ou mau. Ele serviu a todos nós. Àqueles que mereciam e não mereciam. Nós temos que servir a todos. São Tiago nos alerta: não diga a uma pessoa “Deus te abençoe” e não dê a ela comida ou roupa. Nós temos que cuidar das necessidades reais das pessoas como uma maneira de fazer o Reino de Deus presente. Nós podemos servir de diferentes maneiras, mas todos nós podemos servir. Peça ao Espírito Santo que mostre a você como pode servir. Essa é uma oração que certamente ele vai atender.
A terceira maneira pela qual anunciamos o Reino de Deus é através do nosso caráter, da nossa personalidade. Eu tenho muita vergonha de dizer que eu já encontrei muitos cristãos pelo mundo que dizem todas as palavras certas, mas a vida deles não combina com as palavras que eles falam. E é errado quando nós falamos do Evangelho, mas nos tornamos arrogantes, grosseiros, mal-educados, cheios de opinião, julgando as pessoas, falamos de nós mesmos o tempo inteiro, exigindo dos outros um certo nível de tratamento. As palavras não combinam com a vida. Mas quando os nossos corações estão entregues a Cristo e o fruto do Espírito Santo se torna presente na nossa vida, então nos tornamos pessoas nos quais os outros podem crer.
A minha irmã mais velha teve um experiência forte de batismo no Espírito e, quando ela retornou da universidade, contou para a nossa família sobre a experiência. Ela falava sobre oração em línguas, profecia e curas, nós não fazíamos idéia sobre o que ela estava falando. Nos perguntávamos se ela estava ficando maluca. Quando ela contou sobre falar em línguas, eu imaginei que ela tinha assistido a alguma aula de idiomas. Nós não entendíamos sobre essas coisas espirituais, mas algo tocou nosso coração: minha irmã se tornou muito gentil e atenciosa, generosa, perdoava aqueles que a tinham ofendido. Ela se tornou uma pessoa diferente. E depois de alguns meses observando-a, eu disse pra ela: “Eu te amo, nós somos família e podemos conversar. Você parece tão feliz, em paz. Você anda usando drogas?”. E ela disse: “Não, por quê?”. E eu respondi: “Porque você parece tão feliz”. E ela olhou dentro dos meus olhos e disse que havia aceitado Jesus como Senhor e Salvador. E ela explicou pra mim toda a teologia e me mostrou as passagens certas na Bíblia. Eu não entendi nada, mas ela estava com a personalidade tão transformada, que eu não pude refutar a verdade: que o que quer que tenha acontecido com ela era por causa de Jesus. E eu disse a Jesus: “O que quer que o Senhor tenha feito com ela, faça comigo também!”. E, nesse caso, eu não fui transformado porque ela falou em línguas, mas porque o caráter dela estava em consonância com as palavras dela. Estejamos certos que o nosso ser proclama o Senhor.
Último ponto: o Senhor quer que usemos sinais e prodígios. Os carismas não foram nos dados para nos divertir, entreter. Não para nos alegrar. Os dons do Espírito Santo foram derramados sobre nós para construir o corpo de Cristo e levar ao mundo todo a mensagem que o Reino de Deus está ao nosso alcance.  Eu pensava que o lugar apropriado para o uso dos carismas era no Grupo de Oração. Agora eu acredito que devemos usá-los nos Grupos, mas também nas ruas. O dom da sabedoria, da profecia, da oração em línguas, da cura, isso são coisas que o Senhor quer fazer lá fora, pra mostrar que o Reino está ao nosso alcance. Eu vou dar um exemplo pra vocês: há alguns anos, eu tive uma oportunidade de fazer uma jornada a pé carregando uma cruz. E eu parava nas Igrejas à noite para falar sobre a jornada da Cruz de Jesus. Em uma dessas noites, eu estava em uma paróquia, muito cansado da caminhada do dia inteiro, e eu tentava pregar o Evangelho. Estava fazendo um trabalho terrível. Até eu estava entediado, mesmo sendo eu falando. Foi um desastre. Mas, no final da noite, eu não sabia como terminar aquilo, eu convidei quem quisesse levantar e tocar a cruz. E uma mulher levantou, colocou sua mão na cruz e olhou pra mim e pergunto: “Alguma coisa deve acontecer aqui?”, e eu respondi que não sabia. Foi uma noite horrível. Mas quando a programação estava terminando, eu ouvi pessoas gritando dentro da Igreja, e havia um sentimento de entusiasmo e eu não conseguia entender. Certamente não era da minha pregação. E uma mulher se levantou e disse: “Quando eu toquei na cruz, eu tinha um tumor na mama. Mas eu senti um calor vindo dela pro meu peito e o tumor se foi”. Outras pessoas disseram a mesma coisa. E no final da noite, havia uma velha senhora dançando muito feliz. E essa mesma mulher era tão deformada, aleijada, que foi carregada para dentro da Igreja. E agora estava toda dançando. Balançava até a bengala no ar. E eu disse pra ela: “Me dê a bengala que eu lhe dou a cruz”. E na frente da Igreja lá na rua, ela passou a dançar com a cruz. E começou uma celebração, cantos e danças. Todos os carros passavam bem devagar e os motoristas perguntavam: “O que esses católicos estão fazendo nessa noite?”. Há um poder do Espírito Santo e ele pode ser usado para o anúncio do Evangelho.
Aqui está a questão, nós temos que verbalmente anunciar o Evangelho, nós temos que servir as pessoas de maneira prática, nós temos que ter a atitude certa e temos que estar abertos aos carismas para a construção do Reino. Não é um ou outro. São todos os quatro. Isso é uma verdade para todos nós. E se fizermos tudo isso, que testemunhas nós podemos ser! Nós juntos somos um testemunho muito maior do que cada um sozinho. Vamos ficar juntos. E juntos vamos proclamar o Evangelho. Juntos vamos entregar nossa vida ao serviço. Juntos vamos refletir um caráter cristão. Juntos vamos usar os carismas para o anúncio. Porque da mesma maneira que 2 mil anos atrás, Jesus está falando à nos: vão adiante, a todas as nações, proclamem a minha palavra, vivam entre as pessoas, curem os doentes e não tenham medo, pois Eu estarei sempre com vocês.

Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/artigo.php?artigo=961